“A pandemia ainda não acabou e precisamos seguir as recomendações de segurança” – enfermeira comenta cenário atual da COVID-19
Com o aumento de casos por Coronavírus em todo o país, a enfermagem pede à população para que use máscara e pratique o distanciamento social
Há pouco mais de nove meses em meio à maior pandemia das últimas décadas, o trabalho dos profissionais de saúde não parou sequer por um minuto. Na linha de frente do enfrentamento do vírus SarS-Cov-2, a enfermagem segue 24 horas à beira-leito no cuidado e auxílio de pacientes internados pela COVID-19. Do período em que foi decretado o cenário pandêmico (março) para os dias atuais (dezembro), quase 7 milhões de brasileiros e brasileiras contraíram o vírus no país – e o número tem aumentado consideravelmente.
Para Adriana Ribeiro Andrade, supervisora do Pronto-socorro adulto e infantil do Hospital Alvorada (SP), o número crescente de casos é preocupante. Desde que houve a flexibilização no plano São Paulo de retomada, a supervisora acredita que as pessoas “se acostumaram” com a pandemia e, com isso, adotaram uma postura de relaxamento diante à situação.
“Tenho a percepção de que desde a fase laranja de flexibilização, as pessoas colocaram na cabeça que o vírus está controlado. No último mês e meio – quando entramos na fase verde do plano – a população realmente baixou a guarda e o relaxamento das medidas preventivas básicas e essenciais como a higiene das mãos e do uso de máscara é notório”, afirma Adriana.
Além da ausência do uso de máscara – obrigatória em todo o país – e da higiene constante das mãos, a supervisora alerta para a situação em locais públicos, praias e regiões de grande circulação de pessoas. “O distanciamento social também não tem sido respeitado e isso gera uma situação muito delicada. Nós somos o principal meio de transmissão do vírus e a partir do momento que reduzimos o cuidado, automaticamente pessoas estão sendo contaminadas e morrendo”, observa a enfermeira.
Os impactos intangíveis da COVID-19
Há 19 anos na enfermagem, Adriana enfrentou outras doenças infectocontagiosas e epidemias como a H1N1 e conta que o Coronavírus ainda é um mistério para todos. ”A diferença entre todas as epidemias que vivi é a agressividade da COVID-19 em um curto período de tempo. Além do fato de desconhecermos a doença inicialmente e até hoje não saber ao certo sobre, nossa vida foi alterada brutalmente. Passamos a viver isolados e a sensação de que a vida ‘parou’ culminou o caos”, desabafa a supervisora.
O maior impacto da pandemia aos profissionais da saúde foi a incerteza da contaminação e a saúde mental de cada um foi colocada em ‘cheque’, segundo a enfermeira. “Por não conhecermos a doença ou ter noção da gravidade, muitos colaboradores ficaram fragilizados no início e o meu maior desafio foi manter o equilíbrio e serenidade da equipe; estar próxima e presente, proporcionando recursos e apoio emocional para entendermos e vencermos juntos o desafio do Coronavírus”, diz ela.
A esperança da vacina
O sentimento de frustração ao se deparar com o número de casos aumentando no país é grande para Adriana. “Só quem está aqui (hospital) sabe o quanto foi e é sofrido para nós o cenário pandêmico; toda a nossa luta, trabalho e coragem para enfrentá-lo de cabeça erguida. Ver que as pessoas não se importam com a gravidade ou que não entendem as complicações que estão sujeitas a ter, é deprimente. Nós da enfermagem seguimos firmes na luta diária e cada vez mais unidos e confiantes para vencer de vez essa pandemia”, desabafa a enfermeira.
A vacina é uma esperança para todos e Adriana torce para que aconteça em massa o mais rápido possível, mas faz um alerta em relação ao autocuidado. “Não podemos depositar expectativas de que com a vacina, estaremos isentos do cuidado. A COVID-19 veio para nos ensinar, acima de tudo, o quanto somos fortes por enfrentar uma pandemia por mais de nove meses e o quanto precisamos mudar nossa forma de viver, repensar nossas prioridades e atitudes”, finaliza ela.
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