Dia Nacional de enfrentamento ao Câncer Infantil: entenda a importância da enfermagem na oncologia pediátrica
Enfermagem tem papel fundamental no cuidado e assistência às crianças que lutam contra o câncer
O dia 23 de novembro é marcado pelo Dia Nacional de enfrentamento ao Câncer Infantil, data que alerta para o número de casos da doença em crianças de um a 19 anos. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 12 mil casos de câncer infantil são diagnosticados no Brasil a cada ano – a maioria envolvendo crianças de quatro a cinco anos. Entre os tipos mais comuns, a leucemia, linfomas, tumores do sistema nervoso central, tumores sólidos como o neuroblastoma, sarcomas e o tumor de Wilms acometem os mais novos – e o desafio dos profissionais da saúde está em prevenir dessas doenças.
Protagonistas na busca ativa de prevenção contra o câncer, enfermeiros e enfermeiras especializadas em oncologia precisam de atenção e cuidado diferenciado quando se trata de câncer infantil. Diferente do adulto, as crianças não possuem fatores sociais ou ambientais suficientes – como o exame de rotina – e, por isso, requerem um olhar amplo e minucioso da enfermagem desde o processo de investigação ao tratamento da doença.
“O adulto geralmente tem fatores de risco de qualidade de vida, histórico familiar ou dele mesmo que podem indicar a propensão ao câncer e, então, fazer uma busca ativa para o diagnóstico precoce. No caso das crianças, elas são diagnosticadas quando já existe um sintoma e a enfermagem especializada é fundamental para olhar o paciente de forma ampla e completa para antecipar qualquer tipo de risco”, conta Juliana Francielle Marques, enfermeira especialista em oncologia pediátrica do Hospital Samaritano Paulista (SP).
Para Juliana, o câncer não é uma doença comum em crianças – e o olhar atencioso dos pais é importante para que a doença seja tratada preventivamente. “Apesar do estigma que a doença traz, cerca de 80% das crianças acometidas pelo câncer conseguem vencer o tumor – um prognóstico mais positivo quando comparado ao de um adulto”, afirma a enfermeira.
A atenção dos pais e o cuidado individualizado da enfermagem
Os primeiros sintomas do câncer infantil são confundidos com os de doenças comuns na infância, como viroses, gripes e resfriados, explica a especialista. “Geralmente, os pais percebem uma alteração na criança, como a febre, apatia ou dificuldade para comer e a levam ao pronto-socorro, onde é submetida ao tratamento por antibióticos e, em pouco tempo, retornam à instituição com o mesmo problema. E, então, é solicitado um hemograma – às vezes na terceira ida – e se descobre uma leucemia em estágio moderado ou até avançado”, alerta Juliana.
Sinais que permanecem como hematomas sem explicação, nódulos, caroços, cansaço extremo, palidez, perda de peso excessiva, mudança na visão entre outros devem ser levados em conta pelos pais e equipe de saúde primária. “O diagnóstico, nesses casos, é inespecífico – e os pais são fundamentais para olhar de perto essa criança. Nenhuma criança involui e qualquer alteração é preciso estar alerta: o cuidado amplo e individualizado é nosso maior desafio como enfermagem”, diz a enfermeira especialista.
Atributos e desafios da enfermagem na oncologia pediátrica
A empatia com os pais é fundamental durante o processo, conta Juliana. “O câncer ainda é uma palavra forte e que assusta. Uma criança que chega ao hospital e, de repente, é internada com suspeita de câncer, gera um choque aos responsáveis e no próprio menor, Apesar de responderem mais ao tratamento, são mais sensíveis aos efeitos colaterais e nosso desafio está em medir as doses para evitar possíveis desconfortos e traumas nelas e nos pais”, afirma ela.
“Se um adulto vomitar três vezes, sentirá um desconforto, mas a criança pode entrar em estado de choque e é nosso papel estabelecer e oferecer o melhor plano de cuidado. O tratamento infantil é mais longo e pode durar cerca de dois anos e meio (dependendo do tipo do tumor) e as famílias exigem muita informação de nós. Devemos instruir e orientar os responsáveis para que o olhar cuidadoso e a atenção da enfermagem sejam levados ao lar”, finaliza Juliana.
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